terça-feira, 31 de janeiro de 2023

As 3 dimensões das Sagradas Escrituras

As Sagradas Escrituras foram escritas por 2 autores, o humano e o divino. Deus inspirou o homem a agir, e algum tempo depois, inspirou o homem a contar o que Deus inspirou ao homem em agir. Tempos depois, Deus inspirou o homem a escrever, o que Deus inspirou em contar o que Deus inspirou em agir.... Isto é a tradição, pois, tudo foi fielmente à vontade de Deus. Podemos deduzir que a Bíblia foi então escrita em 3D, agir contar e escrever.. Para que o homem bem compreenda as divinas revelações, contidas nas Sagradas Escrituras, há que se compreender que toda a revelação se reporta a 3 momentos, o do fato, o de tempos depois (que também pode ser a vinda de Nosso Senhor – primeira vez), e o futuro ou escatológico – final dos tempos (que é a vinda de Jesus já glorioso). O homem medievo possuía uma inteligência mais aguda. Aprendeu a raciocinar analogicamente. Os apóstolos receberam diretamente de Jesus Cristo, humanizado e depois da ressurreição – glorificado - os ensinamentos sobre as Sagradas Escrituras, que os ensinou a seus pospostos, os santos padres do século II ao VII. Estes civilizaram as nações pagãs, ensinando o que tinham aprendido e abstraído, e os ensinava por comparações com aquilo que compreendiam aquilo que não conheciam. Ao ensinar os santos mistérios contidos nas Sagradas Escrituras, os santos padres usavam de uma linguagem simples, utilizando-se de coisas que o homem vivenciava em seu dia-a-dia, ensinava as diversas passagens bíblicas com exemplos que o homem poderia compreender. Isto os levou a raciocinar analogicamente. O homem moderno perde inteligência, se torna um “dirigido”, não consegue raciocinar se não logicamente, secamente. Isto é o resultado do marxismo cultural aliado a dois séculos de cultura ao homem que quer ser deus, no lugar da cultura do Deus que se fez homem. Satã quer sempre obter da parte dos homens a adoração que ele disputou desde o início: ―Subirei aos céus e estabelecerei meu trono acima das estrelas de Deus. Assentar-me-ei na montanha da Aliança, na extremidade do céu. Colocar-me-ei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altìssimo‖(Isaías, XIV). Ele obteve do paganismo o que desejava. Mas Jesus Cristo veio e pôs para fora o príncipe deste mundo. Desde então ele não cessou de esforçar-se para reingressar no mundo. Para esse fim ele se tem servido principalmente dos judeus. Porque, como diz muito bem o padre Bonniot, o demônio não entra no mundo material senão com a permissão do proprietário ou do Senhor; o Senhor: Deus; o proprietário: o homem, ao qual Deus deu o mundo: "terram dedit filiis hominum". Adão, com o seu pecado, abriu-lhe as portas. Jesus Cristo o expulsou, egredietur foras. Mas sempre continua permitido ao homem chamá-lo, seja simplesmente para a sua alma, através do pecado, seja através das relações externas, mediante o emprego de certas prescrições. Não é então Deus que desencadeia Satã, mas nossa impiedade ou nossa infidelidade. Os demônios jamais entraram e jamais entrarão no nosso mundo — demonstra-lo-emos mais adiante durante o nosso curso bíblico — senão tanto quanto o homem quis ou venha a querer permitir-lhe o ingresso. Assim como ao redor dos fiéis, eles andam como leões que rugem em torno dos povos que não puderam reter sob seu jugo, para reconquistar seu antigo império sobre eles. O desejo deles é tornar o estado do gênero humano pior do que antes da vinda de Jesus Cristo (Lucas, XI, 26). No momento atual eles são, por culpa nossa, mais numerosos e mais poderosos do que jamais foram depois do sacrifício do Calvário. É por isso que Leão XIII e Pio X fizeram aos padres e a nós, pronunciar diariamente ao pé do altar o exorcismo que tem por objetivo rechaçar para o inferno Satã e os espíritos malignos que Voltaire evocou com seu grito satânico tantas vezes repetido nas lojas maçônicas.